quarta-feira, 22 de março de 2017

Desmontaram a cruz para fazer um palco

Existe uma frase que diz que todo mundo tem um preço, e quando olho para esse cenário gospel, infelizmente tenho a certeza que isso tem se tornado uma verdade, não para os filhos de Deus, que foram comprados pelo sangue de Cristo, mas para os mercenários que arrastam multidões em nome Dele. Foi-se a época em que música cristã eram os corinhos simples cantados nas igrejas, músicas Bíblicas que em muitas vezes eram simples harmonicamente, mas que expressavam uma verdadeira adoração ao nosso Deus. Com o passar do tempo, legalismos foram quebrados e então letras cristãs foram implementadas em vários estilos que antes eram vistos como música de marginal, do demônio, etc, rock, rap, pop, metal e entre outros estilos maus vistos pela igreja aos poucos começaram a serem aceitos, desde que a letra glorificasse  a Deus. Tudo isso é realmente muito bom, pois além de quebrar um legalismo que também é pecado, abriu portas para que a mensagem do evangelho alcançasse mais pessoas. Agora com mais estilos musicais aceitos pela igreja, logicamente que o mercado musical cristão também cresceu, e ai que surge o problema. Não é errado alguém receber para tocar em algum lugar, sabemos que existem custos, despesas de estadia, alimentação, gasolina e até mesmo o salário da banda e cantor, pois é muito difícil alguém conciliar uma carreira musical plena com sua carreira profissional fora dos palcos, pastores integrais recebem seu salário e geralmente moram em casas que são propriedade da igreja porque se dedicam 100% naquilo que fazem. O problema, como a própria Bíblia diz é o amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males. Onde já se viu cantores e bandas cobrarem cachê de 200, 300, 400 mil para tocarem durante uma hora em um evento cristão? Já vi a desculpa de que esse valor todo é para pagar a estrutura do show, pagar a equipe de som, as luzes, a montagem do palco, mas em cima desse argumento raso, será que o evangelho precisa de tudo isso para ser propagado através de canções? E a pergunta principal, será que Deus se alegra com tudo isso? Passei um bom tempo em igrejas neopentecostais, mas um dos poucos momentos que pra mim valeram a pena foi poder ouvir o Adhemar de Campos em um dos retiros que a igreja realizou para os músicos. Era bem naquela época em que a Som Livre da Globo estava comprando os cantores do meio gospel com altos cachês pra que eles participassem do festival promessas , e para ele foi oferecido um valor de em média 600 mil reais para que a Som livre gravasse o Dvd dele, mas coerentemente ele disse uma das frases que nunca vou esquecer em minha vida "O evangelho nunca precisou da Babilônia para ser propagado". Em contraste com isso, Ana Paula Valadão tentou justificar sua participação com o trecho da Bíblia em que o rei de Tiro liberou o povo de Israel para que eles pudessem adorar a Deus.. Ridículo! Não precisamos de mega estruturas, de luzes, de músicas rasas e agitadas para atrair pessoas, de altos cachês ou mega produções usando o nome de Deus ou a desculpa de que tudo isso é um meio de se pregar o evangelho. Tudo isso é prostituição, e os cafetões são estes empresários que investem milhões nas prostitutas para lucrar outros milhões. Além de valores absurdos nesses eventos, as letras são egocêntricas, não expressam o verdadeiro evangelho de renúncia e de cruz, porque isso não vende para o público. Ninguém dessa grande multidão consumidora quer ouvir que prosperidade é ter o que comer, o que vestir e onde morar, ou que nossos sonhos são como o pó da terra e que Deus sopra o vento quando e pra onde ele quiser. O povo quer ouvir que a benção vai chegar, que a vitória é certa e que o meu milagre vai acontecer, que Deus vai me prosperar e que tudo o que tenho vai multiplicar.., É um comércio muito lucrativo, pois a matéria prima é a ganância de cada um, eles pagam alguém para cantar aquilo que eles querem ouvir.

Apaguem as luzes, desmontem os palcos, voltemos ao evangelho!


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